Questão 1


A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), quenão se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito emlíngua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossívelentender humanamente as palavras; sem eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.             

GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.


No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a posição de Galileu significava defender a

  1. continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na Idade Média.
  2. necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do exame matemático.
  3. oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da filosofia escolástica.
  4. importância da independência da investigação científica pretendida pela igreja.
  5. inadequação da matemática para elaborar uma explicação racional da natureza.







Questão 2


Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente.    

CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).


Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em

  1. expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
  2. oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
  3. ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
  4. explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
  5. explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.







Questão 3


Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da clonagem humana – transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo.”

CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).


A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioética que, entre outras questões, dedica-se a

  1. refletir sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores éticos do homem.
  2. legitimar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta.
  3. relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal.
  4. legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal.
  5. fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos.







Questão 4


TEXTO I

Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de estabelecer um saber firme e inabalável.

DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).


TEXTO II

É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente varridas por essa mesma dúvida.

SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado).


A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do conhecimento, deve-se

  1. retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade.
  2. questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções.
  3. investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos.
  4. buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. e. encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados.







Questão 5


Na linha de uma tradição antiga, o astrônomo grego Ptolomeu (c. 90-168 d.C.) afirmou a tese do geocentrismo, segundo a qual a Terra seria o centro do universo, sendo que o Sol, a Lua e os planetas girariam em seu redor em órbitas circulares. A teoria de Ptolomeu resolvia de modo razoável os problemas astronômicos da sua época. Vários séculos mais tarde, o clérigo e astrônomo polonês Nicolau Copérnico (1473-1543), ao encontrar inexatidões na teoria de Ptolomeu, formulou a teoria do heliocentrismo, segundo a qual o Sol deveria ser considerado o centro do universo, com a Terra, a Lua e os planetas girando circularmente em torno dele. Por fim, o astrônomo e matemático alemão Johannes Kepler (1571-1630), depois de estudar o planeta Marte por cerca de trinta anos, verificou que a sua órbita é elíptica. Esse resultado generalizou-se para os demais planetas. A respeito dos estudiosos citados no texto, é correto afirmar que


  1. Ptolomeu apresentou as ideias mais valiosas, por serem mais antigas e tradicionais.
  2. Copérnico desenvolveu a teoria do heliocentrismo inspirado no contexto político do Rei Sol.
  3. Copérnico viveu em uma época em que a pesquisa científica era livre e amplamente incentivada pelas autoridades.
  4. Kepler estudou o planeta Marte para atender às necessidades de expansão econômica e científica da Alemanha.
  5. Kepler apresentou uma teoria científica que, graças aos métodos aplicados, pôde ser testada e generalizada.







Questão 6


Um volume imenso de pesquisas tem sido produzido para tentar avaliar os efeitos dos programas de televisão. A maioria desses estudos diz respeito às crianças – o que é bastante compreensível pela quantidade de tempo que elas passam em frente ao aparelho e pelas possíveis implicações desse comportamento para a socialização. Dois dos tópicos mais pesquisados são o impacto da televisão no âmbito do crime e da violência e a natureza das notícias exibidas na televisão.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.


O texto indica que existe uma significativa produção científica sobre os impactos socioculturais da televisão na vida do ser humano. E as crianças, em particular, são as mais vulneráveis a essas influências, porque

  1. codificam informações transmitidas nos programas infantis por meio da observação.
  2. adquirem conhecimentos variados que incentivam o processo de internação social.
  3. interiorizam padrões de comportamento e papéis sociais com menor visão crítica.
  4. observam formas de convivência social baseadas na tolerância e no respeito.
  5. apreendem modelos de sociedade pautados na observância das leis.







Questão 7


Nossa cultura lipofóbica muito contribui para a distorção da imagem corporal, gerando gordos que se veem magros e magros que se veem gordos, numa quase unanimidade de que todos se sentem ou se veem “distorcidos”.

Engordamos quando somos gulosos. É o pecado da gula que controla a relação do homem com a balança. Todo obeso declarou, um dia, guerra à balança. Para emagrecer é preciso fazer as pazes com a dita-cuja, visando adequar-se às necessidades para as quais ela aponta.

FREIRE, D. S. Obesidade não pode ser pré-requisito. Disponível em: http//gnt.globo.com.Acesso em: 3 abr. 2012 (adaptado).


O texto apresenta um discurso de disciplinarização dos corpos, que tem como consequência

  1. a aplicação dos tratamentos médicos alternativos, reduzindo os gastos com remédios.
  2. a democratização do padrão de beleza, tornando-o acessível pelo esforço individual.
  3. o controle do consumo, impulsionando uma crise econômica na indústria de alimentos.
  4. a culpabilização individual, associando obesidade à fraqueza de caráter.
  5. o aumento da longevidade, resultando no crescimento populacional.







Questão 8


Na produção social que os homens realizam, eles entram em determinadas relações indispensáveis e independentes de sua vontade; tais relações de produção correspondem a um estágio definido de desenvolvimento das suas forças materiais de produção. A totalidade dessas relações constitui a estrutura econômica da sociedade – fundamento real, sobre o qual se erguem as superestruturas política e jurídica, e ao qual correspondem determinadas formas de consciência social.

MARX, K. Prefácio à Crítica da economia política. In: MARX, K.; ENGELS, F. Textos 3.

São Paulo: Edições Sociais, 1977 (adaptado).


Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que

  1. o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.
  2. o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material.
  3. a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano.
  4. a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico. e. a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe.







Questão 9


Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor econômico na medida de seu incremento técnico: amplitude do espelhamento e da atenção pública. Aparecer é então mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do mercado, ao mesmo tempo que acena democraticamente para as massas com supostos “ganhos distributivos” (a informação ilimitada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha cultura disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies, tanto falar e ser falado quanto ser visto são índices do desejo de ”espelhamento“.

   SODRÉ, M. Disponível em: http://alias.estadao.com.br. Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado).


A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporânea enfatiza

  1. a prática identitária autorreferente.
  2. a distância política democratizante.
  3. a produção instantânea de notícias.
  4. os processos difusores de informações. e. os mecanismos de convergência tecnológica.







Questão 10


A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas. Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova.

DURKHEIM, É. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.


O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na

  1. vinculação com a fi losofi a como saber unifi cado.
  2. reunião de percepções intuitivas para demonstração.
  3. formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.
  4. adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais.
  5. incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político.







Questão 11


Lei n. 601, de 18 de setembro de 1850 - D. Pedro II, por Graça de Deus e Unânime Aclamação dos Povos, Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil: Fazemos saber, a todos os nossos súditos, que a Assembleia Geral decretou, e nós queremos a Lei seguinte:  Art. 1o Ficam proibidas as aquisições de terras devolutas por outro título que não seja o de compra. 

Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 8 ago. 2014 (adaptado).


Considerando a conjuntura histórica, o ordenamento jurídico abordado resultou na

  1. mercantilização do trabalho livre.
  2. retração das fronteiras agrícolas.
  3. demarcação dos territórios indígenas.
  4. concentração da propriedade fundiária. e. expropriação das comunidades quilombolas.







Questão 12


O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.

LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S.Paulo, 7 maio 2011 (adaptado).


A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento que promove a

  1. expansão da fronteira agrícola.
  2. remoção de populações nativas.
  3. superação da condição de pobreza.
  4. valorização de identidades coletivas.
  5. implantação de modernos projetos agroindustriais.







Questão 13


Os últimos séculos marcam, para a atividade agrícola, com a humanização e a mecanização do espaço geográfico, uma considerável mudança em termos de produtividade: chegou-se, recentemente, à constituição de um meio técnico-científico informacional, característico não apenas da vida urbana, mas também do mundo rural, tanto nos países avançados como nas regiões mais desenvolvidas dos países pobres.  SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal.

Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).


A modernização da agricultura está associada ao desenvolvimento científico e tecnológico do processo produtivo em diferentes países. Ao considerar as novas relações tecnológicas no campo, verifica-se que a

  1. introdução de tecnologia equilibrou o desenvolvimento econômico entre o campo e a cidade, refletindo diretamente na humanização do espaço geográfico nos países mais pobres.
  2. tecnificação do espaço geográfico marca o modelo produtivo dos países ricos, uma vez que pretendem transferir gradativamente as unidades industriais para o espaço rural.
  3. construção de uma infraestrutura científica e tecnológica promoveu um conjunto de relações que geraram novas interações socioespaciais entre o campo e a cidade.
  4. aquisição de máquinas e implementos industriais, incorporados ao campo, proporcionou o aumento da produtividade, libertando o campo da subordinação à cidade.
  5. incorporação de novos elementos produtivos oriundos da atividade rural resultou em uma relação com a cadeia produtiva industrial, subordinando a cidade ao campo.







Questão 14


Na charge há uma crítica ao processo produtivo agrícola brasileiro relacionada ao

  1. elevado preço das mercadorias no comércio.
  2. aumento da demanda por produtos naturais.
  3. crescimento da produção de alimentos.
  4. hábito de adquirir derivados industriais.
  5. uso de agrotóxicos nas plantações.







Questão 15


Tanto potencial poderia ter ficado pelo caminho, se não fosse o reforço em tecnologia que um gaúcho buscou. Há pouco mais de oito anos, ele usava o bico da botina para cavoucar a terra e descobrir o nível de umidade do solo, na tentativa de saber o momento ideal para acionar os pivôs de irrigação. Até que conheceu uma estação meteorológica que, instalada na propriedade, ajuda a determinar a quantidade de água de que a planta necessita. Assim, quando inicia um plantio, o agricultor já entra no site do sistema e cadastra a área, o pivô, a cultura, o sistema de plantio, o espaçamento entre linhas e o número de plantas, para então receber recomendações diretamente dos técnicos da universidade.

  CAETANO, M. O valor de cada gota. Globo Rural, n. 312, out. 2011.


A implementação das tecnologias mencionadas no texto garante o avanço do processo de

  1. monitoramento da produção.
  2. valorização do preço da terra.
  3. correção dos fatores climáticos.
  4. divisão de tarefas na propriedade.
  5. estabilização da fertilidade do solo.







Questão 16


O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizé, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo.


O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois

  1. significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos.
  2. representava para as populações do Alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos.
  3. significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrifi cavam aos deuses suas riquezas, construindo templos.
  4. representava a possibilidade de o faraó organizar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que vieram a engrandecer o Egito.
  5. significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições.







Questão 17


A soberania dos cidadãos dotados de plenos direitos era imprescindível para a existência da cidade-estado. Segundo os regimes políticos, a proporção desses cidadãos em relação à população total dos homens livres podia variar muito, sendo bastante pequena nas aristocracias e oligarquias e maior nas democracias.

   CARDOSO, C. F. A cidade-Estado clássica. São Paulo: Ática, 1985.


Nas cidades-Estado da Antiguidade clássica, a proporção de cidadãos descrita no texto é explicada pela adoção do seguinte critério para a participação política:

  1. controle da terra.
  2. liberdade de culto.
  3. igualdade de gênero.
  4. exclusão dos militares.
  5. exigência da alfabetização.







Questão 18


O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político.

VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).


Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a Ágora tinha por função:

  1. agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
  2. permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
  3. constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
  4. reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
  5. congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.







Questão 19


A Lei das Doze Tábuas, de meados do século V a.C., fixou por escrito um velho direito costumeiro. No relativo às dívidas não pagas, o código permitia, em última análise, matar o devedor; ou vendê-lo como escravo “do outro lado do Tibre” – isto é, fora do território de Roma.

CARDOSO, C. F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.


A referida lei foi um marco na luta por direitos na Roma antiga, pois possibilitou que os plebeus

  1. modifi cassem a estrutura agrária assentada no latifúndio.
  2. exercessem a prática da escravidão sobre seus devedores.
  3. conquistassem a possibilidade de casamento com os patrícios.
  4. ampliassem a participação política nos cargos políticos públicos.
  5. reivindicassem as mudanças sociais com base no conhecimento das leis.







Questão 20


Como os combustíveis energéticos, as tecnologias da informação são, hoje em dia, indispensáveis em todos os setores econômicos. Através delas, um maior número de produtores é capaz de inovar e a obsolescência de bens e serviços se acelera. Longe de estender a vida útil dos equipamentos e a sua capacidade de reparação, o ciclo de vida desses produtos diminui, resultando em maior necessidade de matéria-prima para a fabricação de novos.

GROSSARD, C. Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 3, no 36, 2010 (adaptado).


A postura consumista de nossa sociedade indica a crescente produção de lixo, principalmente nas áreas urbanas, o que, associado a modos incorretos de deposição,

  1. provoca a contaminação do solo e do lençol freático, ocasionando assim graves problemas socioambientais, que se adensarão com a continuidade da cultura do consumo desenfreado.
  2. produz efeitos perversos nos ecossistemas, que são sanados por cadeias de organismos decompositores que assumem o papel de eliminadores dos resíduos depositados em lixões.
  3. multiplica o número de lixões a céu aberto, considerados atualmente a ferramenta capaz de resolver de forma simplificada e barata o problema de deposição de resíduos nas grandes cidades.
  4. estimula o empreendedorismo social, visto que um grande número de pessoas, os catadores, têm livre acesso aos lixões, sendo assim incluídos na cadeia produtiva dos resíduos tecnológicos.
  5. possibilita a ampliação da quantidade de rejeitos que podem ser destinados a associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis, financiados por instituições da sociedade civil ou pelo poder público.







Questão 21


Ser moderno é encontrar-se em um ambiente que promete aventura, poder, alegria, crescimento, autotransformação e transformação das coisas em redor – mas ao mesmo tempo ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que sabemos, tudo o que somos. A experiência ambiental da modernidade anula todas as fronteiras geográficas e raciais, de classe e nacionalidade: nesse sentido, pode-se dizer que a modernidade une a espécie humana. Porém, é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade.

 BERMAN, M. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade.

São Paulo: Cia. das Letras, 1986 (adaptado).


O texto apresenta uma interpretação da modernidade que a caracteriza como um(a)

  1. dinâmica social contraditória.
  2. interação coletiva harmônica.
  3. fenômeno econômico estável.
  4. sistema internacional decadente.
  5. processo histórico homogeneizador.







Questão 22


As águas das precipitações atmosféricas sobre os continentes nas regiões não geladas podem tomar três caminhos: evaporação imediata, infi ltração ou escoamento. A relação entre essas três possibilidades, assim como das suas respectivas intensidades quando ocorrem em conjunto, o que é mais frequente, depende de vários fatores, tais como clima, morfologia do terreno, cobertura vegetal e constituição litológica. 


A preservação da cobertura vegetal interfere no processo mencionado contribuindo para a:

  1. decomposição do relevo.
  2. redução da evapotranspiração.
  3. contenção do processo de erosão.
  4. desaceleração do intemperismo químico.
  5. deposição de sedimentos no solo.







Questão 23


A leitura dos dados revela que as áreas com maior cobertura vegetal têm o potencial de intensificar o processo de:

  1. erosão laminar.
  2. intemperismo físico.
  3. enchente nas cidades.
  4. compactação do solo.
  5. recarga dos aquíferos.







Questão 24


O desgaste acelerado sempre existirá se o agricultor não tiver o devido cuidado de combater causas, relacionadas a vários processos, tais como: empobrecimento químico e lixiviação provocados pelo esgotamento causado pelas colheitas e pela lavagem vertical de nutrientes da água que se infiltra no solo, bem como pela retirada de elementos nutritivos com as colheitas. Os nutrientes retirados, quando não repostos, são comumente substituídos por elementos tóxicos, como, por exemplo, o alumínio.

LEPSCH, I. Formação e conservação dos solos. São Paulo: Oficina de Textos, 2002 (adaptado).


A dinâmica ambiental exemplificada no texto gera a seguinte consequência para o solo agricultável:

  1. Elevação da acidez.
  2. Ampliação da salinidade.
  3. Formação de voçorocas.
  4. Remoção da camada superior.
  5. Intensificação do escoamento superficial.







Questão 25


Trata-se da perda progressiva da produtividade de biomas inteiros, afetando parcelas muito expressivas dos domínios subúmidos e semiáridos em todas as regiões quentes do mundo. É nessas áreas, ecologicamente transicionais, que a pressão sobre a biomassa se faz sentir com muita força, devido à retirada da cobertura florestal, ao superpastoreio e às atividades mineradoras não controladas, desencadeando um quadro agudo de degradação ambiental, refletido pela incapacidade de suporte para o desenvolvimento de espécies vegetais, seja uma floresta natural ou plantações agrícolas.  CONTI, J. B. A geografia física e as relações sociedade/natureza no mundo tropical.

Novos caminhos da geografia. São Paulo: Contexto, 1999 (adaptado).


O texto enfatiza uma consequência da relação conflituosa entre a sociedade humana e o ambiente, que diz respeito ao processo de

  1. inversão térmica.
  2. poluição atmosférica.
  3. eutrofização da água.
  4. contaminação dos solos.
  5. desertificação de ecossistemas.